Você sabe escolher o vinho que vai comprar? Siga as dicas da sommelière Pri Matta

Entender os rótulos e fichas técnicas sem ajuda de um profissional ainda é um desafio para muitos enófilos; dicas práticas podem ajudar na hora de aproveitar a Black Friday

Confira dicas de como escolher os melhores vinhos na hora de abastecer a adega
Confira dicas de como escolher os melhores vinhos na hora de abastecer a adega Pexels

Pri Mattacolaboração para o Viagem & Gastronomia

Começou a contagem regressiva para o dia mais aguardado do ano pelo varejo e pelos “caça-descontos”. A Black Friday deste ano está marcada para 25 de novembro, mas já começou seu aquecimento com grande expectativa: 78% dos consumidores pretendem realizar alguma compra esse ano, segundo pesquisa da Ebit/Nilsen.

Se por um lado é uma excelente oportunidade para varejistas reduzirem os estoques – principalmente no segmento do vinho, que teve um “boom” de vendas durante a pandemia e depois estabilizou – por outro, pode trazer muita ansiedade para o consumidor na hora das compras.

Confira algumas dicas que podem te ajudar na hora de fazer sua seleção:

Entenda seu gosto pessoal

A primeira coisa a se levar em conta é o perfil do vinho que você gosta. Entre todas as características a serem consideradas, eu costumo dizer que três delas é que vão nortear a escolha: o teor de açúcar, o corpo e o tanino.

O teor de açúcar vai afetar na percepção de dulçor no vinho, que pode variar de seco, meio seco, doce ou suave. O corpo é o peso do líquido na boca: experimente beber água e, em seguida, leite. Perceba como o leite tem mais peso. Já o tanino é o que causa a sensação de “boca seca”. Com o entendimento desses três aspectos fica mais fácil a leitura das fichas técnicas que acompanham os rótulos nos sites de compra.

Aprenda a ler os rótulos

Aprender a ler rótulos de vinhos é importante na hora de escolher o seu predileto / Pexels

Região: de modo geral, regiões mais quentes vão ser favoráveis para uma maturação maior da uva. E, fruta mais madura, tem mais concentração de açúcar, o que significa que o vinho pode chegar a um teor alcoólico mais alto. Por outro lado, países mais frios terão uma maturação mais lenta, o que vai preservar a acidez da uva e do vinho. Portanto, se você aprecia vinhos mais frescos e elegantes, busque regiões mais frias. Se gosta de vinhos com mais corpo e aquela dulçor de fruta madura, regiões mais quentes.

Teor alcoólico: geralmente o álcool vai te dar pistas sobre o corpo do vinho. Não é uma regra, mas é mais provável que um vinho mais alcoólico seja percebido também como mais encorpado, enquanto um que tenha uma graduação mais baixa de álcool seja percebido como um vinho mais leve.

Uvas: também vão te dar uma boa ideia do que esperar daquele vinho. Algumas vezes, sobretudo em vinhos do novo mundo, elas estarão discriminadas no rótulo. Mas em outros casos, não. Então o segredo é buscar informação sobre esse vinho em sites de importadora, produtor e até nas próprias lojas de vinho, para saber as uvas e características daquele rótulo.

Ano: a grande maioria dos vinhos disponíveis para a venda nas gôndolas de supermercados e lojas especializadas são para consumo jovem e não vão se beneficiar com o tempo de guarda. Ou seja, se eu puder te dar uma dica, de modo geral é: escolha vinhos de safras mais recentes.

Defina qual será a ocasião de consumo

Encontros com os amigos pede vinhos democráticos, jovens e alegres, como argentinos feitos com a Malbec, Merlot, Primitivo, ou um português Alentejano / Pexels

Pensar na situação em que o vinho será aberto e degustado ajuda muito na escolha da melhor opção. Aqui vão algumas dicas:

Jantar: escolha um vinho que tenha intensidade equivalente ao prato principal: pratos de sabor mais suave pedem vinhos mais delicados. Se não sabe qual será o menu da noite, opte por vinhos tintos leves, que são coringas na hora de harmonizar. Boas opções são Pinot Noir, Gamay ou um Dolcetto do Piemonte.

Encontro de amigos: vinhos democráticos, jovens e alegres, como argentinos feitos com a Malbec, Merlot, Primitivo ou um português Alentejano.

Churrasco: vale a máxima que “o melhor amigo das carnes é o tanino, então vinhos com bastante carga tânica, que é um componente  que vai se conectar à proteína da carne e deixar uma sensação mais macia na boca. Clássicos são os vinhos com a uva Tannat e a Cabernet Sauvignon.

Encontro a dois: vinhos mais delicados e frescos, de preferência com boa acidez e baixo teor de tanino, para não deixar o casal com a boca seca. Aqui vale rosés, brancos, espumantes e tintos leves.

Sobre Pri Matta

Pri Matta compartilha sua paixão pelo mundo dos vinhos no perfil @deondevinho / Acervo pessoal

Priscilla é jornalista, sommelière e idealizadora do perfil @deondevinho no Instagram. Ela deixa claro que por lá não fala sobre vinhos, mas sobre momentos. É que o vinho está em todos!